Release 2
MAST lança o site A Ciência que eu Faço
Uma série de entrevistas, em formato de filmes de curta duração, voltadas para professores e estudantes, mostrando a ciência que se faz no nosso país.
Durante a 65ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) que aconteceu, de 21 a 26 de julho, no campus da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) em Recife, PE, o Museu de Astronomia e Ciências Afins (MAST) lançou o site A Ciência que eu Faço, http://acienciaqueeufaco.mast.br/.
O projeto coordenado pela jornalista Vera Pinheiro reúne uma série de entrevistas, em formato de filmes de curta duração, voltadas para professores e estudantes dos ensinos fundamental e médio, mostrando a ciência que se faz no nosso país, em especial, as pesquisas que estão sendo realizadas nas Unidades de Pesquisa ligadas ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), ou financiadas pelas agências ligadas a ele.
Essa iniciativa, que já resultou em mais de 250 depoimentos de pesquisadores das ciências exatas e humanas, tem a preocupação de desmistificar a figura do pesquisador e mostrar que a ciência não é feita por gênios, pessoas superdotadas com capacidade diferenciada do resto do mundo. “Queremos mostrar o ser por trás da ciência. Pessoas normais que se dirigiram para a carreira científica por vários motivos e circunstancias.”, diz Vera.
Em seu trabalho, Vera conheceu histórias de pesquisadores que foram incentivados por um professor, por um amigo ou pelos próprios pais; ou, ainda, porque tiveram uma experiência ou um acontecimento marcante em sua infância ou juventude. Ou simplesmente, a vida foi acontecendo e quando se deram por conta, já eram cientistas. Para Vera, todos os entrevistados têm em comum a curiosidade, uma característica fundamental para quem escolhe a carreira científica.
“Acreditamos que esse material possa contribuir para a escolha profissional de jovens, motivando e despertando o interesse para as carreiras científicas. Outro aspecto importante é a valorização da memória dos nossos pesquisadores e consequentemente da C&T no país. Além da oportunidade da população se interar melhor dos investimentos e financiamentos das agências de fomentos.”, analisa.
O projeto
Entre os anos de 2004 e 2009, Vera Pinheiro, idealizadora e coordenadora do projeto A Ciência que eu Faço, trabalhou com o Professor Ildeu de Castro Moreira, então diretor do Departamento de Popularização e Difusão de Ciência e Tecnologia (DEPDI), departamento vinculado à Secretaria para Inclusão Social (SECIS) deste MCTI. Ele também era o Coordenador Nacional da Semana Nacional de Ciência e Tecnologia, uma ação de popularização da ciência instituída no governo federal para atender a uma demanda da comunidade científica que trabalha com divulgação científica.
Todos os anos, durante uma semana no mês de outubro, instituições de ensino e pesquisa de todas as regiões brasileiras participam dessa grande mobilização de divulgação científica. Inúmeras instituições abrem as suas portas ao público mostrando o trabalho que realizam, outras apresentam seus trabalhos em 'Tendas da Ciência' espalhadas pelas cidades e um movimento muito bonito de popularização da ciência vai juntando instituições, agências, universidades e escolas para discutir a ciência e a tecnologia que estão sendo feitas no nosso país.
Foi em uma dessas 'Semanas Nacionais' que Vera viu, em uma tenda que reunia mais de 60 instituições de ensino e pesquisa, montada no Largo da Carioca no centro do Rio de Janeiro, uns garotos que deveriam ter entre 10 e 12 anos de idade. Eles andavam com caixas de engraxate nas costas olhando com olhos de surpresa um mundo disponível de computadores e microscópios, de bolhas e choques, de filmes e maquetes. Ela se aproximou deles e perguntou se eles gostariam de olhar através de um microscópio e um deles respondeu: - "Tia, ciência é coisa de cabeção!".
A partir desse momento, Vera começou a se questionar "O que faz uma pessoa escolher ser um pesquisador? Será que ele queria ser cientista desde criança? Como é que ele sabia que existia a Cosmologia? Ou a Energia Nuclear? Ou as Engenharias? Ou a Física? Ou a Química? Será que um desses pesquisadores quando menino queria ter sido jogador de futebol? Será que foram crianças ricas? Curiosas? Será que escreviam poesias? Ainda escrevem? Sabem tocar violão? Quem são as pessoas que fazem a ciência do nosso país? Será que algum já foi engraxate?
Foi dessa forma que surgiu o “Ciência que eu Faço”. Na época, Vera trabalhava no Escritório Regional do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, no Rio de Janeiro. Conhecia os inúmeros institutos de pesquisa vinculados a este MCTI e sabia que em cada instituto tinha um número grande de pesquisadores. Começaram as entrevistas e até hoje, o projeto está acontecendo. Ele recebeu apoio do Departamento de Popularização e Difusão de C&T da Secretaria para Inclusão Social do MCTI e apoio financeiro da Assessoria de Comunicação do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação.